quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Jesus: Psicólogo ou Senhor?


Celso Deretti

“Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8, 27). Dois best-sellers tentam responder a pergunta que Jesus dirigiu aos seus discípulos: Jesus, o maior líder que já existiu e Jesus, o maior psicólogo que já existiu.

O que a princípio se apresenta como uma exaltação da pessoa de Jesus, acaba revelando-se uma distorção de sua verdadeira identidade. Jesus é superior a qualquer título que nós homens queiramos dedicar-lhe.

Conforme ensina a Igreja, “Jesus Cristo é o Senhor: possui todo poder nos céus e na terra. Está acima de toda autoridade, poder, potentado e soberania, pois o Pai tudo submeteu a seus pés (Ef 1, 20-22). Cristo é o Senhor da história” (Catecismo da Igreja Católica, 668).

Apresentar Jesus como um grande psicólogo, executivo, líder político ou algo semelhante significa reduzir sua pessoa a uma figura finita, limitada, co-adjuvante na história. É pô-lo lado a lado de gente famosa como Pelé (o maior jogador de futebol que já existiu), Steven Spielberg (o mago do cinema), Santos Dumont (o pai da aviação) ou qualquer outro grande nome da história – condecorados, porém, incapazes de libertar o homem do pecado e da morte ou abrir-lhe as portas do Céu.

Quem é Jesus?

Dos inúmeros títulos dados a Jesus na Sagrada Escritura (Rei dos reis, Dominador, Príncipe da paz, A Ressurreição e a Vida, A Porta, o Bom Pastor, Conselheiro admirável, Mestre, Juiz dos vivos e dos mortos, etc), a Igreja apresenta 4 como principais: Salvador, Cristo, Filho único de Deus e Senhor.


Jesus, o Salvador: Jesus quer dizer, em hebraico, “Deus Salva”. É o único nome divino que traz a salvação e a partir de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos os homens pela Encarnação, de sorte que “não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At, 4, 12) (CIC, 430 e 432).

Jesus, o Cristo: Cristo vem da tradução grega do termo hebraico “Messias”, que quer dizer “ungido”. O Messias devia ser ungido pelo Espírito do Senhor ao mesmo tempo como rei e sacerdote, mas também como profeta. Jesus realizou a esperança messiânica de Israel em sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei (CIC, 436).

Jesus, Filho Único de Deus: Jesus designa-se a si mesmo como “o Filho Único de Deus” (Jo 3, 16) e afirma com este título sua preexistência eterna. Exige a fé “em nome do Filho Único de Deus” (Jo 3, 18). Esta confissão cristã aparece já na exclamação do centurião diante de Jesus na cruz: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15, 39), pois somente no Mistério Pascal o fiel cristão pode entender o pleno significado do título “Filho de Deus” (CIC, 444).

Jesus, o Senhor: “Desde o princípio da história cristã a afirmação do senhorio de Jesus sobre o mundo e sobre a história significa também o reconhecimento de que o homem não deve submeter sua liberdade pessoal, de maneira absoluta, a nenhum poder terrestre, mas somente a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo: César não é “o Senhor”. “A Igreja crê... que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram em seu Senhor e Mestre” (CIC, 450).

O fim da história humana

O Papa Bento XVI, quando à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, exortou o rebanho católico sobre o perigo de se distorcer a identidade de Jesus: “Na reflexão teológica contemporânea é freqüente fazer-se uma aproximação de Jesus de Nazaré, considerando-o uma figura histórica especial, finita e reveladora do divino de modo não exclusivo, mas complementar a outras presenças reveladoras e salvíficas. O Infinito, o Absoluto, O Mistério último de Deus manifestar-se-ia assim à humanidade de muitas formas e em muitas figuras históricas: Jesus de Nazaré seria uma delas” (Documento Dominus Iesus).

Há brilhantes psicólogos e grandes líderes que influenciaram e influenciam dramaticamente o rumo da história; mas nenhum deles teve, tem ou terá em suas mãos o desfecho da história humana: “O Senhor é o fim da história humana, o ponto para o qual rendem as aspirações da história e da civilização, o centro do gênero humano, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações. Foi ele que o Pai ressuscitou dos mortos, exaltou e colocou à sua direita, estabelecendo-o Juiz dos vivos e dos mortos” (Gaudium et Spes – Concílio Vaticano II).

É irrelevante saber se Jesus foi ou não o maior psicólogo ou líder que já existiu. Para que sejamos salvos é preciso confessar publicamente junto com Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16, 16).

Oração: Jesus, eu convido-te agora a assentar-te no trono do meu coração. Eu te aceito como meu único Salvador e Senhor. Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo. A partir de agora tomo a decisão de viver em completa submissão à tua vontade. Dá-me a graça de praticar o que ordenais a fim de alcançar o que prometeis. Como um novo Pentecostes, derrama sobre mim teu Espírito Santo, a fim de que em todas as coisas eu seja agradável aos teus olhos. Nossa Senhora, Mãe de Deus e Estrela da Nova Evangelização, tornai-me uma fiel testemunha de Jesus, a fim de que todos os homens se convertam e se salvem. Amém!

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