quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O legado de Roberto Marinho e da TV Globo



Celso Deretti

Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, costumava dizer: "Devemos usar o poder para lembrar às pessoas que o temos". De fato, sem escrúpulos, usando a TV Globo, Roberto Marinho exerceu uma influência sem precedentes sobre todas as esferas da sociedade brasileira; uma influência nefasta e diabólica.

Através de suas novelas emporcalhadas, seriados de baixíssimo nível e o medonho Big Brother Brasil, a TV Globo continua destruindo os mais altos valores morais e cristãos  -  Valores plantados em solo brasileiro por missionários que regaram esta Terra de Santa Cruz com sangue, suor e lágrimas ao longo de 5  séculos. Todas as noites cerca de 50 milhões de telespectadores tornam-se prisioneiros das novelas globais - verdadeira escola de tudo que é sórdido, sujo, imundo e ofensivo às leis de Deus.

Sistematicamente, especialmente através de sua dramaturgia, a TV Globo perverteu e contaminou as mentes e corações de milhões de jovens. Legitimou comportamentos – o sexo livre, por exemplo - incompatíveis com a doutrina de Jesus. Observe, por exemplo, o linguajar e os trajes dos jovens ao nosso derredor. Até dentro de nossas igrejas tornou-se corriqueiro o uso de trajes sumários. O seriado Malhação, por exemplo, tornou o trabalho dos professores um verdadeiro suplício. Indisciplina generalizada.

Na grade de programação da TV Globo, a Palavra de Deus, os mandamentos e a doutrina católica nem sequer são mencionados; quando o são, sempre servem para ridicularizar as coisas santas. A igreja doméstica, a família, minada pelo veneno global, tornou-se uma zorra total. Tudo o que é sagrado e santo perdeu ibope dentro de casa.  Hipnotizados pelas novelas, as prosas entre pais e filhos emudeceram. A Igreja, os sacramentos, os padres, as freiras e o próprio Jesus são escarnecidos e colocados sob suspeita.

Uma prostituta em sua casa

A Globo, principal propagadora da Nova Era no Brasil, disseminou doutrinas diabólicas, como o Espiritismo, que negam Jesus como o Senhor e Salvador do mundo. O esoterismo, o ocultismo, a bruxaria, e toda espécie de filosofias contrárias à fé católica invadiram escolas, empresas, famílias e, acreditem, até mesmo seminários e conventos! Jesus é apresentado como um simples personagem histórico, igual a tantos outros que passaram por este mundo. Cedo ou tarde, saberão que Jesus é o Senhor da História!

A grande prostituta, que em fevereiro exibe milhares de prostitutas desfilando na Marquês do Sapucaí, baniu Deus das famílias. Os ídolos de carne e osso, afundados até o pescoço na idolatria do pecado, assumiram o lugar de honra devido unicamente a Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Será ainda possível encontrar uma família neste imenso Brasil que reza o Rosário e medita a Palavra de Deus todas as noites?

O doce e mortífero veneno da mentalidade deste mundo, despejado em milhões de lares pela Globo, fez o divórcio subir a índices estratosféricos; milhões de meninas adolescentes, ludibriadas pelos apelos do sexo livre, engravidam todos anos, formando uma legião de mães solteiras. A maioria aborta. O homossexualismo, condenado pela Palavra de Deus, é aplaudido e defendido como dogma. A manipulação da informação abriu a porteira para a pior espécie possível de governantes. 

Quem é grande de verdade

Antes de morrer, Roberto Marinho viu a TV Globo conquistar multidões incontáveis no Brasil e no exterior. Foi, possivelmente, um dos homens mais homenageados e bajulado nas mais diversas instâncias políticas e sociais do Brasil. Foi aplaudido por ter custeado a restauração da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; enquanto isso o inferno inteiro o aplaudiu por não ter poupado esforços para destruir as almas criadas à imagem e semelhança de Deus.

Marinho nunca escreveu uma grande obra; foi, contudo, declarado imortal pela Academia Brasileira de Letras. Provavelmente não levou a sério a imortalidade da alma. Se temesse a Deus, certamente usaria toda sua influência e sagacidade para que o nome de Jesus recebesse toda glória e adoração da nação brasileira. Agora é tarde. Sua alma já está julgada pelo Juiz dos vivos e dos mortos.

A ambição da família Marinho para fazer da Globo a instituição mais poderosa do Brasil a cegou a ponto de desprezar a gravíssima exortação daquele que é Senhor do tempo e da história: "Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?" (Mc 8, 34-36).

A Palavra de Deus revela quem verdadeiramente é grande aos olhos de Deus: "Quem teme ao Senhor, este é grande para sempre" (Jd 16, 16). A fama, a fortuna, o poder, a influência, podem nos tornar poderosos aos olhos dos homens. Mas, aos olhos de Deus, só é imortalmente glorioso quem o teme e observa seus mandamentos: "O grande, o justo e o poderoso recebem homenagens, mas ninguém é maior do que aquele que teme a Deus" (Eclo 10, 27).

Agradar a Deus

Com exceção das TVs católicas, praticamente todas as outras grandes emissoras de televisão brasileiras optaram pela imunda cartilha da Globo para atrair telespectadores e conquistar anunciantes. Baixaria geral. Uma coisa é notável: Todas as redes de TV subsistem graças à nossa audiência. Somos nós que lhes damos poder. A Globo foi obrigada a fechar a TV Monte Carlo, na Itália, porque o povo protestou em massa contra o baixíssimo nível de programação lá exibida.

A vontade de Deus é a nossa santificação. Nossas escolhas são como pedras que pavimentam nosso caminho para o Céu ou para o inferno. Cada vez que me delicio com um programa de TV ou filme que me leva a pecar, assento uma pedra na estrada larga que pode me levar à perdição. A ordem do Senhor é clara: "Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente" (Ef 5, 10).

Ore com fé: "Senhor Jesus, em obediência à tua voz, eu rompo agora com todas as obras infrutíferas das trevas. Tomo a decisão irrestrita, incondicional, definitiva e irrevogável de procurar com sagacidade tudo o que é agradável aos teus olhos. De que me adiantaria, Jesus, ganhar o mundo inteiro seu eu viesse a perder a minha alma? Eu submeto agora, Senhor do Céu e da terra, toda a minha vida ao teu Senhorio. Declaro ódio a todos os programas de TV e meios de comunicação contrários aos teus mandamentos. Eu os condeno abertamente. Certo de que tuas promessas são verdadeiras, tomo minha cruz e renuncio a mim mesmo, a fim de te seguir. Obrigado, Senhor, porque hoje a tua Salvação entrou em minha casa. Amém.

A luta diária pela inocência




Celso Deretti

O inescrupuloso Herodes, mandante do extermínio dos Santos Mártires Inocentes, parece estar mais vivo do que nunca. Tornou-se o general de um verdadeiro exército, não somente ocupado em matar inocentes indefesos (aborto), mas acima de tudo em eliminar a inocência dos corações. A estratégia não é mais perfurar os corações de crianças inocentes com a lâmina de uma espada, mas infectar corações inocentes com o vírus mortal do pecado.

Fala-se, hoje, por exemplo, em idade da inocência - como se a inocência fosse uma fraqueza de caráter destinada a ser aniquilada pela idade da safadeza. O pior de tudo: pais, professores, jornalistas, artistas, músicos, escritores, governantes e até mesmo homens e mulheres de Deus, trabalham sistematicamente para que o depravado reino de Herodes se estabeleça na face da terra.


Tudo começa na família. Os pais, que deveriam ser os guardiões da inocência dos filhos, transferem para as imundas novelas da televisão brasileira e para os iníquos filmes de Hollywood a tarefa de ensiná-los a viver. Qual o problema do namorado dormir com a filha no quarto dela? O filho de oito anos já precisa folhear revistas pornográficas ao lado do pai para aprender a ser homem. O resultado aparece: milhões de adolescentes grávidas que, se não abortarem, se tornarão mães e pais solteiros. Quem sofre? Os filhos inocentes, mártires da espada da malícia dos adultos.


Nas escolas e universidades prevalece a ditadura do relativismo. O educador Paulo apóstolo disse que tudo é permitido, mas nem tudo convém. A maioria dos educadores de hoje pregam que tudo o que é conveniente é permitido. Já há máquinas para a distribuição automática de preservativos prontas para serem instaladas em todas as escolas públicas do Brasil. Os crucifixos devem ser banidos da rede pública de ensino. A presença de Jesus é um estorvo para muitos Herodes ocupados em matar mentes e corações de crianças inocentes nas salas de aula.


Mas a face mais horrenda de herodes nos dias de hoje toma forma nos meios de comunicação. Noventa e nove por cento dos programas de TV, matérias em jornais, reportagens em revistas, músicas, peças de teatro, livros, sites na internet, outdoors, é esgoto, veneno do inferno preparado para destruir a inocência dos corações de crianças, jovens e adultos. Em nome da liberdade de expressão, os meios de comunicação moldam a mentalidade de bilhões de pessoas segundo a cartilha herodiana: prazer, poder e riquezas sem limites, não importam os meios.


Não se alcança a inocência com bons propósitos. Um propósito é bom quando de acordo com o propósito de Deus: a nossa santificação. A Eucaristia, a Confissão, a Palavra de Deus, a oração e o jejum são as armas espirituais que Jesus nos deixou para conquistarmos a inocência. "Andarei de coração íntegro dentro da minha casa; não porei uma coisa vil diante dos meus olhos", propôs a si mesmo o Rei Davi (Sl 100, 2b). Jesus, maior do que Davi ou Salomão, sabendo que vivemos em meio a uma sociedade depravada, nos ensina o caminho da perfeita liberdade e felicidade: "Felizes os puros de coração, porque verão a Deus" (Mt 5, 8).


Até a segunda vinda de Jesus, os Santos Mártires Inocentes continuarão a testemunhar a toda a humanidade que, se quisermos entrar na glória de Deus, devemos encontrar a morte na inocência de coração.




Roma locuta, causa finita





Celso Deretti


No dia 15 de agosto de 1997, em Castel Gandolfo, no vigésimo primeiro ano de seu pontificado, o Papa João Paulo II assinou a Carta Apostólica “Laetamur Magnopere” (Alegramo-nos Grandemente), com a qual é aprovada e promulgada a edição típica latina do Catecismo da Igreja Católica. Um trabalho exaustivo, iniciado em 1986, que mobilizou bispos e teólogos do mundo inteiro.
O que torna o Catecismo da Igreja Católica único? Duas palavras manuscritas na página seis: João Paulo II. No momento em que o Papa João Paulo II assinou esta carta, imediatamente os 2865 parágrafos da redação final do catecismo foram ligados nos céus. Isso significa que também seremos julgados de acordo com a observância ou não de tudo o que o Magistério da Igreja ensina em matéria de fé e costumes.

Quem outorgou este poder ao Papa? O próprio Jesus:  “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 18s).

O Papa é infalível? Eis uma das verdades ligada nos céus por João Paulo II: “Goza desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força de seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes” (CIC 891).

Jamais devemos submeter nossa liberdade pessoal, de maneira absoluta, a um poder terrestre, quando o que nos exigirem estiver em desacordo com a doutrina da Igreja, cujo Pastor é o Papa: “O Papa, Bispo de Roma e sucessor de S. Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiés. Com efeito, o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder” (CIC 882).

A desobediência ao Papa - tão manifesta entre leigos, presbíteros e até mesmo bispos -, dilacera o Corpo Místico de Cristo, a Igreja. Jamais esqueçamos que desobedecer o Papa é desobedecer o próprio Jesus. “O romano pontífice e os Bispos são os doutores autênticos dotados da autoridade de Cristo, que pregam ao povo a eles confiado a fé que deve ser crida e praticada” (CIC 2034).

Neste dia 22 de fevereiro, Festa Litúrgica da Cátedra de São Pedro, se preciso for, coloquemos uma dobradiça em nossa dura cerviz para que, submissos ao Papa Bento XVI, Vigário de Cristo na Terra, sirvamos à Igreja com incansável zelo e humildade. Em caso de dúvida, “Roma locuta, causa finita” (Roma falou, causa encerrada).