terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Estudo sobre os DONS CARISMÁTICOS




Pontos importantes


1.  A Igreja nasceu carismática.

2.  Os carismas são para todos.

3.  Servem para a edificação da Igreja.

4.  Devem ser exercidos na humildade, harmonia e ordem.

5.  Tornam a evangelização mais eficaz.

6.  Fundamentados na caridade.

7.  Devem ser pedidos com fé.

Dons de Revelação

Palavra de Ciência
O dom de ciência é um dom através do qual o Senhor faz que o homem entenda as coisas da maneira como Ele as entende. Faz que o homem penetre na raiz de cada acontecimento, fato, sentimento ou situação. Através do dom da Palavra de Ciência Deus dá o diagnóstico, a causa de um problema, doença, fato, situação, etc.
Quando estamos com febre, nos dirigimos a um médico para descobrir a causa da febre. Porque a febre não é a doença, mas um sintoma da doença. Quando alguém está deprimido, queremos resolver o problema da depressão, aliviando os seus sintomas, porém não conseguimos detectar a causa da depressão. Através do dom da Palavra de Ciência o Senhor nos revela a causa da depressão, sua raiz, com o objetivo de curar.

O Espírito Santo, através deste dom, presta um serviço ao povo de Deus através de nós.
Pelo dom da Palavra de Ciência Deus ensina ao homem sobre as suas verdades, permite que a sua luz penetre no entendimento do homem. Deus comunica ao homem informações que são impossíveis de se adquirir humanamente ou por conhecimento natural, pela razão. É um dom de revelação. Revela uma ação que Deus já está fazendo (a cura), ou uma situação ou mentalidade que precisa ser transformada por Deus, sempre com a finalidade de transformação e conversão através do poder e da misericórdia de Deus que cura o corpo e o coração.
Pode se manifestar por uma imagem, palavra, moção, passagem bíblica, sonho.
At 5, 1-11 - O Espírito Santo, através da palavra de ciência, revela a intenção secreta do coração de Ananias e Safira.
Padre Pio conhecia os pecados dos penitentes antes de os confessarem.

Palavra de Sabedoria
É a revelação divina que nos mostra a melhor maneira de agirmos para que a vontade de Deus se cumpra em nossa vida e sejamos felizes. Dá-nos a direção, indica-nos o que fazer e como fazer para obtermos a melhor solução. É a orientação, o prognóstico divino. Atenção: não é adivinhação ou previsão de futuro. 
I Rs 3, 16-28  -  Salomão, usando o dom da Palavra de Sabedoria, soluciona um problema aparentemente de difícil solução.
A sabedoria humana é adquirida pelo conhecimento humano e pelas ciências. Todos podem ter acesso a ela, pois depende de esforço pessoal.  Já o dom carismático da palavra de sabedoria é aquele que nos orienta em fatos concretos como um socorro de Deus e não depende de méritos pessoais, nem é fruto de dedução lógica ou raciocínio.

A palavra de Sabedoria tem uma íntima ligação com o Dom da Palavra de Ciência. O dom dea Palavra de Ciência revela uma situação, um problema (dá o diagnóstico). O dom dea Palavra de Sabedoria nos ensina o como agir (indica o remédio).
A Palavra de Sabedoria é de extrema importância em determinadas circunstâncias embaraçosas da vida, em momentos de aconselhamento e em situações concretas do nosso dia a dia como no matrimônio, na educação dos filhos, no trabalho, no relacionamento (especialmente com pessoas difíceis) com os irmãos e na vida cristã.

Discernimento dos espíritos

O Dom do Discernimentos dos Espíritos é uma graça que provém da presença do Espírito Santo em nós, da nossa unidade com Ele, nossa intimidade com Ele em oração. Da mesma forma que nos dá palavras de sabedoria, ciência, cura, etc, dá-nos igualmente o dom do Discernimento dos Espíritos.

É um dom espiritual que nos permite discernir, examinar, em nós mesmos, nas outras pessoas, na comunidade o que é Deus, o que é da natureza ou o que é do maligno.
Este dom permite-nos identificar qual espírito está impulsionando ou está influenciando uma ação, uma situação, um desejo, uma decisão a tomar, algo que nos digam ou ofereçam. Como todo dom espiritual, ele está em interação com os outros carismas e é necessário para a nossa vida diária, nossa vida de oração e para o nosso apostolado.
Em Gn 3, 1-7, Eva não percebeu que quem lhe falava era o maligno, pois não parou para discernir quem lhe falava e se era de Deus; iludida pelo inimigo, acabou por cometer o pecado de origem de toda humanidade. Deus respeita a nossa liberdade e respeitou a liberdade de Eva em desobedecer-lhe e pecar. Deve ter sido uma imensa dor para Deus assistir Eva sendo enganada.
São João da Cruz nos ensina que nossa alma tem 3 grandes inimigos: o mundo, o demônio e a nossa carne; inimigos a fazerem guerra e dificultarem o caminho que a nossa alma deseja trilhar até Deus. É necessário, portanto, o exercício do dom do discernimento dos espíritos, um dos canais de que Deus se utiliza para nos ajudar a vencer esses grandes inimigos, que tentam nos confundir na busca de conhecer e viver a vontade de Deus.
É preciso orar e ter uma vida de constante louvor e de unidade com a Palavra de Deus e os sacramentos da Igreja. Desta forma, nos tornamos pessoas profundamente unidas e dóceis às moções do Espírito para que não nos deixemos ser ludibriados. Jesus nos ensinou: “vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Este estado de alerta, confiante na misericórdia de Deus, nos vem do louvor constante, da oração diária, do estudo da Palavra de Deus, da obediência à Igreja, da frequência aos sacramentos e da amizade com MARIA.

Estando sempre alertas, saberemos se algo vem da vontade de Deus, do inimigo, ou da nossa carne.
Mt 16, 22 - “Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá”. A falta de fé, o desejo de agradar, o medo, deram entrada a Satanás no pensamento e sentimentos de Pedro. Jesus discerniu que o que Pedro dissera, vinha do maligno.
Lc 4, 1-13 - Jesus discerniu que as sugestões que lhe vinham na tentação do deserto, não lhe vinham de Deus, nem Dele, mas do maligno para estragar o plano do Pai. O Espírito Santo unge os batizados com a mesma unção espiritual de Jesus e com esta unção espiritual ele pode repetir e assumir para si as palavras de Jesus: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu; enviou-me para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para por em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor" (Lc 4, 18-19).

Dons de Inspiração

Profecia
É a palavra divina em transmissão humana para o momento presente. É Deus falando aqui e agora para uma ação instantânea, com o intuito de consolar, exortar e edificar os homens. É, portanto, dirigida a uma pessoa, por exemplo, em sua Oração Pessoal, ou a uma assembléia. Também pode ser dirigida para uma cidade, país ou o mundo inteiro.

Se procede de Deus, a assembléia entenderá plenamente a mensagem divina. Precisamos ter sempre o discernimento para termos a percepção de qual espírito está nos movendo a profetizar. E acreditem, essa percepção é nítida, tanto para quem proclama, quanto para quem escuta.
É transmitida sempre na primeira pessoa do singular, tendo em vista que é Deus mesmo falando através do profeta, que, por sua vez, tem livre arbítrio para proclamar ou reter a profecia. Deus não subjuga ninguém. O Homem não perde o controle de suas faculdades no exercício de qualquer carisma. O que profetiza, antes, recebe a inspiração divina em seu coração e em suas faculdades mentais e a proclama para a assembléia, quando for o caso. 

Atente-se que a profecia é exclusiva para aquele momento e para um determinado povo, grupo, etc, não sendo genérica para qualquer grupo. Pode ser proclamada em linguagem inteligível, ou seja, no idioma da assembléia (em vernáculo), ou em línguas; neste último caso, será necessária a manifestação de um outro carisma, a Interpretação das Línguas. A profecia quando proclamada em línguas, requer que a mesma pessoa ou outra(s) receba a mesma inspiração só que, agora, em linguagem vernacular (no nosso caso, o português).

Importante saber sobre o Dom da Profecia:
1. Deve exortar, edificar e confortar. Se uma profecia é negativa e condenatória, isto é um sinal claro de que a mesma não vem de Deus.

2. Deve produzir bons frutos. “Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos, os conhecereis” (Mt 7, 19-20).


3. Deve estar fundamentada nas Escrituras. Jesus diz: “As palavras que vos tenho dito são espírito e vida” (Jo 6, 63).


4. Deve estar de acordo com os ensinamentos do Magistério da Igreja Católica. O Magistério é a autoridade orientadora da Igreja.


5. Deve produzir paz.  São Paulo diz: “...porquanto Deus não é Deus de confusão, mas de paz" (I Cor 14, 33).


6. Deve ser para a glória e honra de Deus. São Paulo declara:  “Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (I Cor 10, 31).


7. Deve fortalecer a fé tanto daquele que proclama a profecia como daquele ou daqueles que a ouvem.  “Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10, 17).

Línguas
Trata-se de uma poderosa oração ou mensagem divina em linguagem não vernacular, ou seja, que não se pode entender com as nossas faculdades, mas com gemidos inefáveis, exprimidos pelo Espírito Santo.

É o próprio Espírito Santo quem louva, adora, intercede por nós ao Pai e ao Filho, pois não sabemos orar como convém. É sempre controlável e depende diretamente da disponibilidade de nossos aparelhos respiratório e fonador. Isso significa dizer que só iremos orar em línguas se produzirmos algum som e movermos nossa língua, deixando o restante por conta do Espírito Santo.

Muitas pessoas pensam que a boca começará a se mover sozinha e a voz sairá independentemente de um comando cerebral e isso, em verdade, não acontece, graças a Deus. É muito bom saber que o próprio Espírito Santo ora em nós com gemidos inexprimíveis; é bom abandonarmos deliberadamente nosso intelecto e nos largarmos nas correntes do Espírito. Damos a matéria-prima (ar, voz, língua) e o Espírito ora poderosamente.
Há uma profunda diferença entre orar em línguas (cf. Rm. 8, 26) e o falar em línguas; este último, como já visto no dom da profecia, é uma mensagem profética em linguagem não vernacular, o que necessitará do dom da Interpretação das Línguas. Há, ainda, o cantar em línguas. Ocorre muitas vezes em nossos Grupos de Oração, quando todos estão orando em línguas e alcançam uma harmonia musical, um único tom, tal qual uma orquestra; há ocasiões até em que a assembléia cessa o seu canto e uma ou duas pessoas continuam cantando em línguas por pequeno intervalo de tempo, louvando e adorando o Senhor. 

Cremos que o maior ensinamento de São Paulo acerca do Dom de Línguas encontra-se na maravilhosa e reveladora passagem de Rm 8, 26.
“Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas” (Mc 16, 17).
"Pedro estava ainda falando estas coisas, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, ficaram estupefatos ao ver que também sobre os gentios se derramara o dom do Espírito Santo, pois ouviam-nos falar em línguas e engrandecer a Deus" (At 10, 44s).
“E quando Paulo lhes impôs  as mãos, o Espírito Santo veio sobre eles: puseram-se então a falar em línguas e a profetizar” (At 19, 6).

Interpretação das Línguas

Não é uma tradução. Quando uma profecia é proclamada em línguas, ou seja, com gemidos inefáveis, ininteligíveis, faz-se necessária a utilização do dom da Interpretação das Línguas, em que uma ou mais pessoas, respeitando-se a ordem, irá proclamar aquela mesma profecia em vernáculo, isto é, em linguagem inteligível, no idioma do grupo.

É imprescindível que haja quem interprete uma profecia proclamada em línguas, sob pena de o povo não entender a mensagem divina a ele dirigida. Veja o que Paulo nos ensina acerca da Interpretação das Línguas em I Cor 14, 13. 27-28.
Quem tem o dom da interpretação percebe com clareza, que as palavras lhe vêm a mente de forma abundante, e deve dizer o que o Senhor lhe inspira. Quanto mais se habitua, mais facilmente identifica o modo de como o Senhor lhe “dita” as palavras. Ele deve falar sempre na primeira pessoa, como se falasse o próprio Senhor. Jesus não quer que simplesmente se narre a sua mensagem, mas que pronuncie a mensagem em seu próprio nome empregando-se a primeira pessoa.


Dons de Poder

Trata-se de uma fé expectante, ou seja, aquela que leva à confiança e entrega total a Deus. Difere, portanto, da virtude teologal da Fé, que significa crer nas verdades reveladas por Deus; difere, ainda, da fé confiante, isto é, aquela que cresce na medida em que vou conhecendo mais a Deus. É a certeza daquilo que ainda não vejo, a certeza da atuação do poder divino. Veja a manifestação do dom carismático da fé na vida do homem leproso em Mt 8, 1-3.
O dom carismático da fé é o poder de Deus que nos move a uma confiança íntima com de que Deus agirá. Essa confiança leva a uma oração convicta, a uma decisão, a uma firmeza ou a algum outro ato que libera a bênção de Deus. Através do dom carismático da fé, o Espírito Santo nos dá a certeza de que Deus agirá, de que o poder de Deus irá intervir em alguma situação da vida do homem.

Pelo dom carismático da fé, cremos que Deus opera hoje maravilhas em favor do seu povo. A fé move a manifestação do poder de Deus através do seu Espírito Santo. “Se creres, verás a glória de Deus” (Jo 11, 40). É a fé que faz o homem de todos os tempos ver a glória de Deus.
A virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência à fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo. Maria não cessou de crer no “cumprimento” da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé (CIC 149). É a esta fé de Maria, de Abraão, de Moisés e outras testemunhas da fé que devemos aderir de todo o nosso coração, para que esta mesma fé nos ilumine e nos conduza nos momentos da provação.

Cura

É a manifestação do poder e da glória de Deus para restaurar a saúde do homem total. Deus quer o Homem sarado, tal qual fora criado. O pecado, as circunstâncias da vida, os erros de relacionamento, a falta de perdão, o descuido com a saúde, etc, vão desfigurando em nós a imagem e semelhança para com Deus.

Pelo dom carismático da Cura, Deus, usando de misericórdia para conosco, vem nos restaurar, a partir da oração de seus servos que, por caridade impõem as mãos sobre aquele irmão que Deus quer seja curado interior ou fisicamente.
"Orai uns pelos outros para serdes curados" (Tg 5, 16b).
1 - Ter sempre em mente que o Dom de Cura é um carisma do Espírito Santo para o bem comum e não para satisfação ou projeção pessoal.
2 - Como os demais dons, à exceção do dom de línguas, só acontece quando Deus quer e na hora que Deus quer, pelo simples fato de não estar sob o domínio de quem ora e, por mais que haja fé, depende da vontade de Deus.
3 - É dado como sinal do amor de Deus por nós, geralmente para confirmar o anúncio do Evangelho.
4 - A maior motivação para o exercício do dom é, e sempre será, a caridade, sem se deixar levar pelo gosto do poder que o dom pode representar.
5 - Acontece com maior frequência quando se abre à unção do Espírito, geralmente em assembléias de oração, tais como nas reuniões de oração, nos Seminários de Vida no Espírito, nas Experiências de Oração, nos retiros, congressos e outros eventos semelhantes. Ocorre geralmente após um grande louvor, durante uma adoração ou momento de oração, mas podendo ocorrer também durante uma pregação ou proclamação da Palavra ou em qualquer momento em que o povo de Deus esteja reunido em seu nome, porque o dom é do doador e é Ele quem escolhe o momento e a maneira de curar.
6 - É necessário desejar e pedir o dom ao Espírito Santo para se tornar um canal de graça para os irmãos.
7 - Quando se aspira ao ministério de cura, o certo é iniciar orando por enfermidades mais simples, sem se preocupar com resultados, após orar, entregar a Deus e deixar por sua conta os resultados, confiantes no seu poder, na certeza que depende d'Ele.
8 - É importante aprender a discernir. Às vezes, no inicio do ministério, tem-se a impressão que ao orar a cura vai ocorrer, o que, algumas vezes, não acontece. Mas, se, humildemente, refletirmos sobre a inspiração, pode-se concluir que o Senhor não estava dizendo: "vai curar..., mas, aprenda a orar para cura". Quando se sentir impulsionado a orar, ore, mas atento, porque o Senhor pode estar apenas lhe dizendo: aprenda a orar.

Milagres

É o poder de Deus de intervir em determinada situação em relação à natureza, à saúde e à vida. São fenômenos sobrenaturais realizados por Deus, com a finalidade de que os homens conheçam a sua glória, o seu poder e se convertam. Através dos milagres, o homem tem uma experiência concreta do amor de Deus por ele e da sua presença concreta na sua vida, na vida dos seus irmãos e no mundo.
O dom de milagres é a ação do Espírito Santo que, para o bem de alguém, modifica o curso normal da natureza. O milagre é uma intervenção clara, sensível e visível de Deus no decurso “ordinário” ou “normal” dos acontecimentos: curas instantâneas de doenças incuráveis, ressurreição dos mortos, fenômenos extraordinários da natureza.

Distinguir o milagre da cura: a cura é quando Deus acelera o processo de cura que se poderia conseguir através de meios naturais como uma cirurgia, remédios, repousos, etc. O milagre é quando se trata de uma cura que nenhuma ciência médica poderia realizar e que Deus realiza.
Alguns milagres no Antigo Testamento

Êx 14:  A passagem do Mar Vermelho.

Nm 17, 16-26:  O episódio da vara de Aarão que floresce.

Js 3, 14-17:  Josué e seu povo atravessaram o rio Jordão a pé enxuto.

I Rs 17,16:  A multiplicação da farinha e do azeite que havia prometido a Elias.

Alguns milagres no Novo Testamento

Lc 13, 10:  A mulher que vivia encurvada 18 anos.

Lc 18, 35: O cego em Jericó.

Mt 9, 1:  O paralítico em Cafarnaum.

Mt 15, 29-31:  Aleijados, coxos, cegos eram curados.

Jo 2,11:  Bodas de Caná.

Precisamos acreditar neste dom de milagres no coração da Igreja. Por meio dele poderemos de forma mais convincente publicar as maravilhas de Deus, hoje e sempre.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Água urgente para a África!


Cerca de 200 crianças portadoras de necessidades especiais necessitam, com urgência, de água potável em Same, Tanzânia, África. A Associação Missionária João Paulo II assumiu  o compromisso de construir um poço artesiano para suprir esta necessidade. Temos a aprovação do bispo de Same, Don Rogath Kimaryo e do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Jonck. Orçamento previsto: R$ 20 mil. (200 Reais por metro perfurado). Enquanto aguardamos o registro dos estatutos, estamos usando minha conta, pessoa física, para receber doações:

BANCO DO BRASIL
AGÊNCIA  1489-3
CONTA CORRENTE  16.479-8
CELSO DERETTI
CPF  538.136.349-49

Muito obrigado!

"Dá ao Altíssimo conforme te foi dado por ele, dá de bom coração de acordo como que tuas mãos ganharam, pois o Senhor retribui a dádiva, e te recompensará tudo sete vezes mais" (Eclo 35, 12).

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Associação Missionária João Paulo II

Iniciamos as atividades da Associação Missionária João Paulo II. Dom Wilson Tadeu Jonck, Arcebispo de Florianópolis, deu-nos sua bênção e aprovação oficial. Nossa sede encontra-se na rua 910, 31, sala 3, centro de Balneário Camboriú, SC (frente igreja matriz Santa Inês).

Emails:

celsoderetti@yahoo.com.br

deretticelso@gmail.com

Celular: 47 9922 8642

Estamos com 2 projetos em andamento:

1. Construção de um poço artesiano na cidade de Same, Tanzânia, África, para atender 200 crianças portadoras de deficiência física e mental (esta instituição é dirigida pelas pequenas irmãs de São Francisco, congregação religiosa da Igreja Católica). Custo: R$ 20.000,00. Dom Rogath Kimaryo, bispo de Same, está à frente deste projeto.

2. Construção de uma igreja no vilarejo de Marwa, Tanzânia, onde hoje existe uma construção de pau-a -pique. Custo: R$ 30.000,00.

Em breve teremos conta jurídica. Por enquanto, estamos usando minha conta pessoal. Qualquer doação, acrescentar 10 centavos para encaminharmos o dinheiro para estes projetos.

BANCO DO BRASIL
AGÊNCIA 1489-3
CONTA CORRENTE 16.479-8
CELSO DERETTI
CPF: 538.136.349.49


Muito obrigado!

"O homem benevolente será abençoado porque tira do seu pão para o pobre" (Pv 22, 9).

quinta-feira, 31 de maio de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

MISSÃO SEDE SANTOS NA ÁFRICA




Padre Márlon Múcio, mss

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).


“Ouvi falar que Jesus está chorando na África. Estamos indo lá para tentar enxugar as suas lágrimas” (Pe. Márlon, mss).


A Tanzânia, país da África Oriental, é considerado pelos pesquisadores como “O berço da humanidade”. Também é conhecido como “O país das girafas”. É um dos países mais pobres do mundo: metade da população vive em situação de extrema pobreza. É o país das simpatias, curandeiros e poções milagrosas. Na Tanzânia há muita gente que nunca ouviu falar no nome de Jesus. É para lá, há mais de 9 mil quilômetros do Brasil, que em julho de 2012 partirão 3 missionários Sede Santos. Celso Deretti, missionário catarinense, irá conosco.


CONHEÇA UM POUCO DA TANZÂNIA

Nome oficial:
República Unida da Tanzânia (Jamhuri ya Muungano wa Tanzania). 
Localização: África Oriental.
Limites: a Leste, com o Oceano Índico; ao Sul, com Moçambique, Malauí e Zâmbia; a Oeste, com o Burundi, Ruanda e República Democrática do Congo; e, ao Norte, com Uganda e Quênia.
Independência da Grã-Bretanha: 26 de abril de 1964.
Primeiro presidente: Julius Nyerere.
Clima:  Varia de tropical ao longo da costa a temperado nas terras altas.
Recursos naturais: Latão, hidrelétricas, minério de ferro, carvão, diamantes, pedras preciosas, ouro, gás natural e níquel.
Agricultura: Café, sisal, chá, algodão, pyrethrum (inseticida feito de crisântemo), caju, tabaco, cravo da Índia, milho, trigo, mandioca, banana, fruta, vegetais.
Pecuária: Gado, ovelhas e cabras.
Indústria: Processamento de açúcar, cerveja, cigarro e sizal; mineração (diamantes, ouro e ferro), sal, soda cáustica, cimento, óleo refinado, calçados, móveis e fertilizantes.
Área: 945.087 km².
População: 43,6 milhões de habitantes.
Refugiados: 352,6 mil (de Burundi); 127,9 (de Congo).
Taxa média anual de crescimento populacional: 1,96%.
Telefones fixos: 174,5 mil linhas.
Celulares: 20,9 milhões.
Lares com internet: 678 mil (2009).
Mortalidade infantil: 65,7 para cada mil nascidos.
Leitos hospitalares: 1,1 camas para cada mil habitantes (2006).
Número de médicos: 0,008 para cada mil habitantes (2006).
Pessoas infectadas com o vírus HIV (Aids): 1,4 milhão.
População residente em área urbana: 26,4%.
População residente em área rural: 73,6%.
Densidade demográfica: 47,6 hab/km².
Capital oficial: Dodoma (região central do país).
Capital política: Dar es Salaam (antiga capital, à beira do Oceano Índico).
Cidades principais: Dar es Salaam (3,2 milhões), Mwanza (223 mil), Dodoma (203,8 mil), Tanga (187,1 mil), Zanzibar (157.6 mil) (Estatísticas de 2009).
Data nacional: 26 de abril (data da unificação de Zanzibar e Tanganica).
Idioma oficial: Swahili e inglês.
Religiões: Cristianismo 53,2% (católicos 28%, protestantes 18,6%, outros 6,6%), islamismo 31,6%, crenças tradicionais 13,4%, outras 1,4%, agnosticismo e ateísmo 0,4%.
Esperança de vida ao nascer: 53,14 anos (albinos: 30 anos).
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,398 (baixo).
Produto Interno Bruto (PIB): 21,6 bilhões de dólares.
Economia: depende, em grande parte, da agricultura, que lhe proporciona 58% do produto interno bruto (PIB); sustenta 85% das exportações e dá trabalho a 90% da mão de obra.
Governo: República presidencialista.
Presidente: Jakaya Kikwete.
Moeda: Xelim tanzaniano.
Geografia: rica e variada, inclui pontos mundialmente conhecidos, como o lago Vitória, a planície do Serengeti e a vasta região montanhosa a Nordeste, na fronteira com o Quênia, na qual se destacam os Montes Meru e Kilimanjaro.
Patrimônios da Humanidade: Área de Conservação Ngorongoro; ruínas de Kilwa Kisiwani e Songo Mnara; Parques Nacionais Serengeti e do Kilimanjaro; Reserva de Caça Selous.
Distância do Brasil: 9.122,45 km (a partir de Brasília).


MAIS ALGUMAS INFORMAÇÕES

• O território onde se encontra a Tanzânia nasceu da união de duas regiões (Zanzibar e Tanganica) colonizadas que foram, sucessivamente, pela Alemanha e pelo Reino Unido. A unificação aconteceu em 1964.
  • Apesar de a Tanzânia figurar entre os países mais pobres do mundo, a sua dimensão territorial (31º maior país do globo, em extensão), seu quadro interno estável e o potencial de desenvolvimento existente, como no caso dos grandes lagos, podem vir a atrair investimentos e a reverter a situação de pobreza extrema, que afeta a metade da população, segundo os critérios do Banco Mundial.
  • A Tanzânia é um dos países mais estáveis e pacíficos da África, onde, inclusive, vivem harmonicamente cristãos e muçulmanos.
  • A Tanzânia possui aproximadamente 130 tribos diferentes, onde cada uma tem sua própria cultura.
  • O país é famoso pelas atrações naturais, como o monte Kilimanjaro, o mais alto da África (5.895 metros) e os 3 maiores lagos do continente - Vitória, Tanganica e Malauí. Além dos 13 Parques Nacionais, abriga a Área de Conservação Ngorongoro, 29 Reservas, 40 Áreas Controladas, 120 sítios culturais, além de parques marinhos.
  • O país acolhe refugiados hutus de Ruanda (em 1994, a etnia Hutus dizimou 800 mil Tutsis, num eventos conhecido como o genocídio de Ruanda). Cerca de 2 milhões de hutus encontra-se refugiados no Congo.
  • A Tanzânia é o lar de alguns dos mais antigos assentamentos humanos, com fósseis encontrados próximos da Garganta de Olduvai, no norte do país. Por isto, é chamada de “Berço da Humanidade". Estes fósseis incluem ossos do Paranthropus, que se pensa ter mais de 2 milhões de anos, e as pegadas mais antigas conhecidas.
  • A Tanzânia é um exemplo para outras nações africanas na luta contra a discriminação dos albinos.
  • A televisão cobre apenas chega a 19% da população urbana e apenas 5% da população total da Tanzânia.
  • A girafa é o símbolo do país, também chamado de “País das girafas”. Ali existem as girafas-masai, a maior subespécie de girafa, e o mamífero mais alto da Terra. Além da Tanzânia, ela pode ser encontrada no Quênia.
  • O primeiro presidente do país, Julius Neyrere (que governou o país até 1995 e faleceu em 1999) está em processo de beatificação. São palavras do Servo de Deus: "Desejaria acender uma vela e colocá-la no topo do monte Kilimanjaro, para que iluminasse até mais além de nossas fronteiras, dando esperança aos que estão desesperançados, pondo amor onde há ódio e dignidade onde há humilhação".

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Selados com o Espírito Santo



Reinaldo B. Reis

Uma das mais fantásticas prerrogativas da vida cristã é essa virtude que a palavra divina nos promete na segunda carta de Pedro (II Pd 1, 3-4): “O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude. Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas a fim de tornar-nos por este meio participantes da natureza divina...”

Como, efetivamente, participamos dessa natureza divina? Como se dá essa incrível possibilidade? São João nos explica: “Nisto é que conhecemos que estamos nele, e ele em nós: por ele nos ter dado o seu espírito” (I Jo 4, 13). E bem o sabemos que “o amor de Deus já foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (cf. Rm 5,5)... O Espírito Santo se apresenta, pois, como aquele que torna possível participarmos – de um modo que decididamente só podemos entrar com a  nossa fé – , da natureza divina.

Ao dar-se a nós, obviamente o Espírito Santo não se torna humano, e continua sendo ele mesmo. Também nós, que o recebemos, permanecemos a mesma pessoa, embora participando, à maneira de filhos, da natureza divina. Pois “o Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus” (Rm 8,16)...

Ao recebermos o dom do Espírito – o que fez de nós novas criaturas e nos introduz na vida divina –, não ocorre uma mistura de espíritos (uma vez que o Espírito, que se entrega a nós em sua soberana e espontânea liberdade, sempre permanecerá uma pessoa distinta de nós), mas uma relação de pessoas, onde nossa humanidade é elevada à dignidade da consagração e confirmação em Cristo, e Ele nada perde de sua  divindade. “Ora, quem nos confirma a nós e a vós em Cristo, e nos consagrou, é Deus. Ele nos marcou com o seu selo e deu aos nosso corações o penhor do Espírito” (II Cor 1,22).

Esse texto sugere que o Espírito atua sobre nós da mesma maneira como age o carimbo sobre a cera: deixando impressa nela suas características e seu formato, permanecendo, entretanto – carimbo e cera –, distintos e diferentes um do outro. Ou seja, embora imprima em nós um caráter de criaturas participantes da natureza divina – e nos torne semelhantes a Si, mesmo – o Espírito Santo e nós permanecemos distintos um do outro...

“Em Jesus Cristo, também nós, depois de termos ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da nossa salvação no qual temos crido, fomos selados com o Espírito Santo que fora prometido, que é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor de sua glória” (cf Ef 1, 13).

“Não contristemos, pois, o Espírito Santo de Deus, com o qual estamos selados para o dia da redenção...” (cf. Ef 4,30). Amém!...

Um novo Pentecostes!




Reinaldo B. Reis


Podemos abordar o evento ocorrido naquele Pentecostes, em que Deus cumpriu a promessa de dar inusitadamente o Espírito Santo, sob dois diferentes pontos de vista:

- A partir de uma perspectiva histórica – em que Pentecostes deve ser considerado como um evento único, pontual, irrepetível;

-  E a partir de uma perspectiva que toma em conta também os efeitos de Pentecostes – pelo qual devemos então considerar aquele evento como o início de uma nova era na economia da salvação, em que o Espírito Santo passa a estar presente não apenas no meio de nós – como, aliás, sempre esteve! –, mas (essa sim é a novidade primordial), também, em nós!...

O que aconteceu em Pentecostes não foi o derramamento definitivo, conclusivo, total da graça messiânica do Espírito, mas o início desse derramamento. Aquele Espírito que – ainda que sempre estivera presente entre nós – “não havia sido dado porque Jesus ainda não havia sido glorificado” (cf. Jo 7, 37-39), agora, mediante o mistério pascal protagonizado por Jesus, é dado de uma maneira nova aos Apóstolos e à Igreja e, por intermédio deles, à humanidade e ao mundo todo. Ele, que já fora primeiramente enviado como dom para o Filho que se fez homem, em Pentecostes vem em sua nova missão para consumar a obra do Filho. “Deste modo, será ele quem levará à realização plena a nova era da história da salvação” (cf. DeV,22)...

Podemos dizer, pois, apropriadamente, que “os tempos que estamos vivendo são tempos da efusão do Espírito Santo” (cf. Cat. Ig. Cat., 2819). Inseparáveis que são em sua natureza divina única, as pessoas divinas também são inseparáveis naquilo que fazem; isto é, sempre que age, Deus o faz trinitariamente.
“Contudo, cada pessoa divina opera a obra comum segundo a sua propriedade pessoal... e cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade...” (cf. Cat. Ig. Cat., n. 258 e 266).

E o que seria próprio do operar do Espírito nestes momentos da história que constituem o seu tempo? Por quais sinais devemos, nós – Igreja congregada sob o impulso da Trindade – ansiar, em decorrência de sua presente missão entre nós (e em nós!)?

Nesta sua nova missão de nos revelar e comunicar a obra do Filho, o Espírito quer nos convencer de que Deus é Aba! Pai (Rm 8,15), e que somos, em Cristo, irmãos (Rm 8,16) e herdeiros da graça (Rm 8, 17); que Jesus Cristo é Senhor (I Cor 12,3), e que nele encontramos a vida plena e verdadeira (Rm 8, 1-2). E que por isso precisamos dar testemunho desse Cristo, tarefa que não conseguimos realizar sem Seu poder (At 1,5-8), sem Seu auxílio interior (DV, 5)...

“O Espírito Santo, na sua misteriosa ligação de divina comunhão com o Redentor do homem, é quem dá continuidade à sua obra: ele recebe do que é do Cristo e transmite-o a todos, entrando incessantemente na história do mundo através do coração do homem” (DeV, 67).

Com uma fé expectante, pois, que se alinhe aos crescentes anseios da Igreja no último século por “um novo e perene Pentecostes” (conforme, por exemplo, o desejo de João XXIII, de Paulo VI, João Paulo II, e de Bento XVI...), precisamos entender que aquele Pentecostes histórico foi apenas o início de um derramamento diferenciado do dom do Espírito em nós e entre nós. Agora – diferentemente do que acontecia antes da glorificação de Jesus – o dom do Espírito é ofertado a todos (At 2,37-39), vem para estar sempre presente em quem o acolhe (Jo 14,16), revelado como Pessoa (Jo 14,26), conosco e em nós ( Jo 14, 16-17), e não apenas de um modo natural, imanente, mas – pela graça do sacramento do Batismo – de maneira sobrenatural (I Cor 3,16;6,20).

Pentecostes revela-se, assim, como o alvorecer de um novo tempo que nos oferece – como nunca! – a possibilidade de um novo relacionamento,  de um relacionamento mais íntimo e experiencial com a Pessoa do Espírito Santo, pois que nunca estivera Ele tão presente em nós – como dom –, como está hoje. (No dizer de Cirilo de Alexandria, “havia nos profetas uma iluminação riquíssima do Espírito Santo. Mas nos fiéis não há somente esta iluminação; é o próprio Espírito que habita e permanece em nós. Somos chamados otemplo de Deus, coisa que jamais foi dita dos profetas”.

Quando nossos bispos, reunidos em Aparecida para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, nos convidam a “esperar um novo Pentecostes... uma vinda do Espírito...” (cf. Doc. de Aparecida, 362), e reconhecem que “necessitamos de um novo Pentecostes!” (cf. Doc. de Aparecida, 548), precisamos também nós todos abrirmo-nos de coração e mente a esse novo – e necessário! – derramamento, a esse nova – e possível! – efusão do Espírito (cf. Cat. Ig. Católica, 667), para que experimentemos de fato uma conversão pastoral (cf. Doc. Aparecida, 365-372) que nos predisponha a um renovado e autêntico impulso missionário, e assim “recobremos o ‘fervor espiritual’ (...), e recuperemos o valor e a audácia apostólicos” (cf. Doc. Aparecida, 552)...

Paulo VI, já em 1972, exortava-nos sobre a necessidade que tem a Igreja de um Pentecostes permanente. Na Carta Encíclica Redemptoris Missio (nº 92), João Paulo II nos ensinava: “Como os apóstolos depois da ascensão de Cristo, a Igreja deve reunir-se no Cenáculo “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1, 14), para implorar o Espírito e obter força e coragem para cumprir o mandato missionário. Também nós, bem mais do que os Apóstolos, temos necessidade de ser transformados e guiados pelo Espírito”. E, em uma audiência proferida a 16 de outubro de 1974, preconizava ele: “Quisera Deus, que o Senhor aumentasse ainda uma chuva de carismas para fazer a Igreja fecunda, bonita e maravilhosa, capaz de impor-se inclusive à atenção e ao pasmo do mundo profano, do mundo laicizante” (...) “Se a Igreja souber entrar em uma fase de tal predisposição para uma nova e perene vinda do Espírito Santo, Ele, a “luz dos corações”, não demorará em entregar-se, para gozo, luz, fortaleza, virtude apostólica e caridade unitiva, de tudo enfim, de que hoje necessita a Igreja”. E, na Carta Apostólica Tertio Millenio Adveniente (nº 59), insistia ele: “...Exorto os venerados Irmãos no Episcopado e as comunidades eclesiais a eles confiadas a abrirem o coração às sugestões do Espírito”...

Possa o Espírito Santo, por nossa sede e anuência, predispor nossos corações a um novo, fecundo e abundante derramamento de suas graças, e assim, dóceis às Suas inspirações, sejamos animados a, “com Seu poderoso sopro, levar nossos navios mar adentro, sem medo das tormentas, seguros de que a Providência de Deus nos proporcionará grandes surpresas” (cf. Doc. Aparecida, 551). Amém!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Biografia de Sua Santidade Bento XVI






O Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi batizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições econômicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.


Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilômetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido "mozarteano", que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.

O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa.

Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja.

Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi arrolado nos serviços auxiliares anti-aéreos.
Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951.

Um ano depois, começou a sua atividade de professor na Escola Superior de Freising.
No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho". Passados quatro anos, sob a direção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre "A teologia da história em São Boaventura".

Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.

De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como "perito"; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colônia.
A sua intensa atividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.

Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: "Colaborador da verdade"; assim o explicou ele mesmo: "Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo atual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade".

Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de "Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.

Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de Setembro. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.

Foi Relator na V Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 1980, que tinha como tema "Missão da família cristã no mundo contemporâneo", e Presidente Delegado da VI Assembleia Geral Ordinária, celebrada em 1983, sobre "A reconciliação e a penitência na missão da Igreja".

João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. No dia 15 de Fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de München e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de Abril de 1993.

Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.
A 6 de Novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia.

Em 1999, foi como Enviado especial do Papa às celebrações pelo XII centenário da criação da diocese de Paderborn, Alemanha, que tiveram lugar a 3 de Janeiro.

Desde 13 de Novembro de 2000, era Membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências.
Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, "Ecclesia Dei", para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canônico, e para a revisão do Código de Direito Canônico Oriental.

Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro "Introdução ao Cristianismo", uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro "Dogma e Revelação" (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.

Grande ressonância teve a conferência que pronunciou perante a Academia Católica Bávara sobre o tema "Por que continuo ainda na Igreja?"; com a sua habitual clareza, afirmou então: "Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja".

No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista "Informe sobre a Fé" e, em 1996, "O sal da terra". E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro "Na escola da verdade", onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.

Recebeu numerosos doutoramentos "honoris causa": pelo College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; pela Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; pela Universidade Católica de Lima, em 1986; pela Universidade Católica de Lublin, em 1988; pela Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999; pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polônia) no ano 2000.




domingo, 20 de maio de 2012

O segredo dos milagres


"Queridos amigos, a Ascensão nos diz que em Cristo, a nossa humanidade é levada às alturas de Deus; assim, cada vez que rezamos, a terra une-se ao Céu. E como o incenso, queimando, faz subir às alturas a sua fumaça de suave perfume, de forma que, quando elevamos ao Senhor a nossa fervorosa e confiante oração, em Cristo, ela atravessa os céus e alcança o Reino de Deus, é por ele ouvida e atendida.

Na célebre obra de São João da Cruz,  A Subida ao Monte Carmelo, lemos que para ver realizados os desejos do nosso coração, não há modo melhor que colocar a força da nossa oração naquilo que agrada a Deus. Ele nos dará não somente o que pedimos, ou seja, a salvação, mas também o que Ele considerar que seja conveniente e bom para nós, mesmo se não o pedimos”

Bento XVI

Regina Masalu encerra sua missão no Brasil


Nossa querida irmã Regina Masalu embarcou hoje, 20 de maio, em Florianópolis, de volta para a Tanzânia, África. Em pouco mais de um mês aqui no Brasil pregou um retiro no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, e pregou também em vários grupos de oração da diocese de Florianópolis.

Além da missão, Regina veio ao Brasil para uma série de exames médicos. Foram 19 amostras de sangue. O resultado foi muito animador. Está bem de saúde. O diagnóstico apontou uma infecção urinária, já tratada com antibióticos. Está com a imunidade boa. Regina foi infectada com HIV pelo marido que, em seguida, a abandonou com 3 filhos.

Em julho próximo, se Deus quiser, Regina trabalhará como nossa intérprete em nossa oitava missão de evangelização na África. Muito obrigado a todos que contribuíram para a aquisição do bilhete aéreo desta missionária enviada por Deus até nós. Deus os recompensará fielmente.

O email da Regina é: reginamasalu@yahoo.com


sábado, 19 de maio de 2012

Verdadeira alegria


"Os preceitos do Senhor são retos, deleitam o coração; o mandamento do Senhor é luminoso, esclarece os olhos" (Sl 18, 9).

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Anunciado o Remédio da imortalidade

Celso Deretti

Em 2006, após uma missão na Tanzânia, na África Oriental, estive na África do Sul para uma missão de uma semana junto à comunidade portuguesa (Existem mais de 500 mil portugueses vivendo no país). Fui recebido pelo casal de portugueses Hilário e Conceição Freitas. Ganham a vida tocando uma pequena fábrica de móveis. Visitamos vários grupos de oração da Renovação Carismática Católica nas cidades de Joanesburgo, com mais de 8 milhões de habitantes, e Pretória, a capital.


Retornei para mais duas missões em 2007 e 2008. Palco da Copa do Mundo de 2010, a África do Sul merece nossa atenção para um assunto que os meios de comunicação simplesmente não mencionam: como evangelizar um dos mais complexos países dentre as 54 nações que formam o continente africano?

Ainda tentando sarar as feridas do Apatheid, regime de segregação racial que durou de 1948 a 1994, os sulafricanos estão otimistas frente ao futuro, mas cientes de que não são poucas as mazelas que precisam ser vencidas nas próximas décadas. De acordo com um estudo das Nações Unidas, a África do Sul ocupa o primeiro lugar no assassinato com arma de fogo, no homicídio involuntário, na violação e na agressão. Um quarto da população de quase 50 milhões de habitantes está desempregada e sobrevive com pouco mais de 1 dólar por dia. O flagelo da AIDS atinge 31% das mulheres grávidas e 20% da população adulta. Há um milhão e duzentos mil órfãos em todo o país.

Apenas 10% do solo sulafricano é apropriado para a agricultura, contra mais de 70% do solo brasileiro. A descoberta de diamantes em 1867 e ouro em 1884 fez da África do Sul um Eldorado para muitos caçadores de fortuna. Hoje, os minérios ocupam o primeiro lugar na pauta de exportações do país. Nas prateleiras dos supermercados, aqui no Brasil, podemos encontrar excelentes vinhos lá produzidos. O turismo também gera divisas. O Kruger Park é um dos mais visitados parques de animais selvagens do mundo.

Há 11 línguas oficiais na África do Sul (Afrikaans, inglês, Ndebele, Northern Sotho, Sotho, Swazi, Tswana, Tsonga, Venda, Xhosa e Zulu). O inglês predomina no comércio e na ciência. A propósito, os sulafricanos se destacam em várias áreas da ciência. O primeiro transplante de coração de humano para humano foi realizado pelo cirurgião cardíaco Christiaan Barnard no Hospital Groote Schuur, em dezembro de 1967.


Max Theiler desenvolveu a vacina contra a Febre Amarela (aquela que o Pe. Márcio foi obrigado a tomar em nossa missão na Tanzânia em 2009). Allan McLeod Cormack foi o pioneiro no uso da tomografia computadorizada e Aaron Klug desenvolveu técnicas de microscopia cristalográfica. Todos prêmios Nobel. Em 2002, Sydney Brenner foi agraciado com o Nobel por seu trabalho pioneiro em biologia molecular.

Embora 79,7% da população é cristã, apenas 7,1% são católicos. Temos aí a forte influência da Inglaterra anglicana. Em 1806 a África do Sul tornou-se uma colônia do império britânico. Os muçulmanos são 1,5%, os hindus 1,3% e os judeus 0,2%. Um dado relevante: 15,1%  se declaram sem religião. Onde estão os missionários dispostos a anunciar Jesus a estes indiferentes? A população negra é de 79,3 %; brancos são 9,1%, miscigenados 9% e asiáticos 2,6%. Em geral, um trabalhador branco ganha 4 vezes mais do que um negro. Esta discrepância tende a diminuir nas próximas décadas com o acesso da população negra às universidades.

Jesus é o médico e o remédio para todos os problemas que assolam o continente africano. Não nos esqueçamos que Jesus morou na África por um longo período de sua vida (Egito). Deus ama a África e tem um maravilhoso plano de amor e salvação para os mais de 1 bilhão de habitantes que lá vivem.


Jesus quer, hoje, usar nossos pés e nossa voz para que o Espírito Santo faça novas todas as coisas em toda a África: "Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam sem terem regado a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, dando semente ao semeador e pão ao que come, tal ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não volta sem ter cumprido o que eu quis realizado o objetivo de sua missão" (Is 55, 10-11).

Um verdadeiro missionário jamais se intimida diante dos desafios que é obrigado a enfrentar no campo de missão. O Brasil é conhecido como o maior exportador de jogadores de futebol do mundo. Chegou a hora de sermos conhecidos como país que mais exporta missionários para o mundo. Nós, aqui de Santa Catarina, já estamos dando os primeiros passos em solo africano. Queremos avançar cada vez mais, lançar nossas redes em águas mais profundas.


Deixemos de lado nossos álibis e empenhemos todas as nossas forças na maravilhosa aventura de anunciar Jesus a todos os povos. A África do Sul e todos os 54 países da África não podem ser esquecidos. Camões imortalizou o feito de Bartolomeu Dias (a conquista do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul) em seu poema épico Os Lusíadas. Chegou hora a levarmos a Esperança que nos salva, o remédio da imortalidade, conforme anunciou o Papa Bento XVI, a todos os africanos: Jesus.