sábado, 24 de janeiro de 2009

O enigma da alegria de São Paulo




Celso Deretti


Quando Johann Sebastian Bach compôs "Jesus, alegria dos homens", provavelmente acabara de ler a carta de São Paulo aos filipenses. O afamado músico alemão compreendera, afinal, que Jesus é a nossa única e verdadeira fonte de alegria. Como Paulo chegou a esta conclusão?

Após seu encontro pessoal com o Senhor Jesus, a vida do apóstolo Paulo não foi senão uma sucessão de dias de dores e sofrimentos: "... de cidade em cidade, o Espírito Santo me adverte dizendo que me aguardam cadeias e tribulações" (At 20, 23b). Por causa de Jesus, perde a fama, regalias, pompas, posses, a saúde e a própria vida. Nos palácios de Roma é conhecido como "Uma peste" (cf. At 24, 5).

Não obstante tantas vicissitudes, Paulo exorta seus ouvintes: "Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos!" (Fl 4, 4). Nem mesmo um fétido cárcere, onde fora arremessado por causa do testemunho de Jesus, era capaz de roubar-lhe a alegria: "Pela meia-noite, Paulo e Silas, em oração, cantavam os louvores de Deus, enquanto os outros presos os ouviam" (At 16, 25). Qual a chave para resolver o enigma de um homem que, pregado à cruz de Jesus, prega a alegria?

Em primeiro lugar, Paulo dirigi-se àqueles que, após abraçar a fé em Jesus, sofrem sistemáticas e cruéis perseguições - motivo de desânimo e abandono da fé por muitos. No ano 64 da era cristã, por exemplo, o imperador Nero incendeia 14 dos 16 bairros de Roma e culpa os cristãos por isso. O historiador Tácito relata que os cristãos "que se encaminhavam à morte estavam também expostos à burla: cobertos de pele de feras, morriam dilacerados pelos cães, ou eram crucificados, ou queimados vivos como tochas que serviam para iluminar as trevas quando o sol se punha" (Anais).

Nos dias de hoje não é diferente. No exato momento em que confessamos Jesus como Senhor de nossas vidas e o aceitamos como nosso único Salvador, começam as perseguições. Nossos familiares nos criticam; um parente diagnostica sintoma de loucura; nossos antigos companheiros de farra nos isolam; somos motivo de piada para os colegas de trabalho; a vizinhança, com olhar desdenhoso, nos chama de ratos-de-igreja. Quem consagrou a própria vida a Jesus é acusado de perder o melhor da vida; Satanás, enfim, não cessa de lembrar nossos pecados passados.

Frente a tantas provações, surge o perigo e a tentação de nos render à tristeza. Não raras vezes, saudades do pecado. A satisfação momentânea que o pecado proporciona, porém, transforma-se numa avassaladora tristeza. Vassalos da tirana tristeza! Esta é uma das terríveis consequências do pecado. Outra, a pior de todas, é a real possibilidade da condenação eterna, a perda do Paraíso. Convertei-vos!

A Palavra de Deus afirma: "O justo, nenhum mal pode abater, mas os maus enchem-se de tristezas" (Pv 12, 21). Quando exorta-nos a não satisfazermos os apetites da carne, a entregar as rédeas de nossas vidas nas mãos do Espírito Santo, Paulo evidencia um dos mais preciosos frutos do Espírito Santo: a alegria (cf. Gl 5, 22). Esta alegria, nenhum ídolo deste mundo é capaz de proporcionar. Podemos conhecer todos os países do globo, assistir todos os filmes pornográficos, degustar bebidas caras, comprar tudo o que quisermos, sermos homenageados por todos, ainda assim, sem o temor a Deus, nosso olhos não brilharão com a alegria que é dom do Espírito Santo.

Aqui está, portanto, a solução do enigma proposto por Paulo: em meio às tribulações, perseguições, provações, privações, inconpreensões, injustiças, o apóstolo afirma que a última palavra sobre a história humana pertence a Jesus. "O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada!" (Fl 4, 4b). Nossa alegria se fundamenta neste fato: Jesus virá! A vitória nos foi dada pelo Rei Jesus. Naquele dia, todo pecado, toda injustiça, todo mal, todo o poder de Satanás e de seus sequazes serão destruídos pelo sopro santo da boca de Jesus. Os que creram adentrarão os territórios celestiais e gozarão de uma alegria eterna, sem fim. Assim cremos, assim esperamos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

As criaturas refletem a glória do Criador



João Paulo II e a segunda vinda de Jesus





"Amo a Polônia de maneira especial e, se ela for obediente à Minha vontade, Eu a elevarei em poder e santidade. Dela sairá a centelha que preparará o mundo para a Minha Vinda derradeira" (Diário da Santa Faustina, 1732)