sábado, 23 de junho de 2007

O terrível e glorioso retorno de Jesus

Celso Deretti

Um juiz vende sentenças. Um apicultor falsifica o mel. Um comerciante vende gasolina adulterada. Um político se corrompe. Namorados se prostituem antes do casamento. Um marido adultera. Um pai estupra sua filha. Um fazendeiro encomenda a morte de uma irmã religiosa. Uma rede de TV ridiculariza a Igreja. Mendigos morrem de fome e de frio porque os ricos se negam a dividir suas fortunas. Um apóstata funda uma igreja. Uma editora publica revistas pornográficas. Um médico faz abortos. Um deputado sugere a união civil de pessoas do mesmo sexo. Um laboratório destrói embriões congelados. Um empresário abre um motel. Um produtor envenena os consumidores com frutas contaminadas com agrotóxico. Um sacerdote tem uma amante.

O que todas as pessoas acima têm em comum? Não acreditam que Jesus virá em glória e poder sobre as nuvens para julgar os vivos e os mortos. Mas a Palavra de Deus não mente: “Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Último, o Começo e Fim. Felizes aqueles que lavam as suas vestes para ter direito à Árvore da Vida e poder entrar na cidade pelas portas. Fora os cães, os envenenadores, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos aqueles que amam e praticam a mentira!” (Ap 22, 12-15).

A esmagadora maioria dos homens baniu o temor a Deus de seus corações. Julgam que no dia do julgamento Deus não levará em conta as suas transgressões porque, afinal de contas, “Deus é Pai, não é padrasto”. Pensam que por causa de meia-dúzia de cestas básicas Deus fará vista-grossa aos seus pecados não arrependidos. Amantes da “dolce vita”, seguem a rigor a cartilha do Diabo: aproveitar o máximo a vida, porque daqui não se leva nada. Bem outro, porém, é o pensamento de Deus: “Porque eis que vem o dia, ardente como uma fornalha. E todos os soberbos, todos os que cometem o mal serão como a palha; este dia que vai vir os queimará – diz o Senhor dos exércitos – e nada ficará: nem raiz, nem ramos” (Mal 3, 19).

Quando o Papa João Paulo II visitou a Sicília, berço e refúgio da máfia italiana, exortou: “Deus vai julgar os mafiosos”. Em maio último, em sua visita à Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, São Paulo, onde jovens se recuperam do flagelo das drogas, o Papa Bento XVI, sem rodeios, afirmou: “Deus vai pedir satisfação dos que comercializam a droga”. Falava, sem dúvida, aos traficantes. Alguns deles, certamente, riram da cara do Papa. Se não se arrependerem, sem dúvida, rangerão os dentes quando forem lançados na fornalha ardente no dia do julgamento.

É inevitável. Todos nós, sem exceção, seremos julgados por Deus. “Então verão o Filho do homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do homem” (Lc 21, 27.34-36). 


Deus quer a minha Salvação

A princípio, todas as advertências de Deus sobre o inferno, o dia do julgamento, a condenação dos maus, soam como terrorismo psicológico. O fato é que Deus não esconde nada de nós, seus filhos, por um único motivo: quer a nossa salvação. “Isto é agradável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 3s). A verdade liberta. Todas as duras exortações de Deus servem para nos preservar do fogo do inferno. Servem para gerar temor em nossos corações. O temor a Deus expulsa o pecado e nos aproxima de Deus; produz em nós conversão, mudança de vida, arrependimento. A Palavra de Deus afirma: “O temor ao Senhor conduz à vida; o que o possui é saciado: passará a noite sem a visita da desgraça” (Pv 19, 23).

A maior desgraça, sem dúvida, para alguém é perder Deus para sempre. Mesmo depois de nove terríveis pragas, o faraó não se rendeu ao temor a Deus e não libertou o povo hebreu, conforme Deus ordenara. Foi quando a maior desgraça o visitou: “Eis o que diz o Senhor: pela meia-noite passarei através do Egito, e morrerá todo primogênito na terra do Egito, desde o primogênito do faraó, que deveria assentar-se no trono, até o primogênito do escravo que faz girar a mó, assim como todo primogênito dos animais” (Ex 11, 45). O trono, onde deveria assentar-se o filho do faraó, para sempre permanecerá vazio. Tivesse dado ouvidos a Deus, que falou pela boca de Moisés, o Faraó estaria isento de passar o resto de seus dias chorando sobre o trono vazio de seu filho primogênito.

Também para nós Deus reservou um trono de glória no Céu. Pela fé, já estamos assentados junto de Cristo Jesus, à direita de Deus Pai. Incessantemente, Satanás trabalha para que este nosso trono no céu fique vazio. Sabe que, no dia em que perdermos nossa fé nas promessas de Deus, perderemos também nosso assento junto a Jesus. É por isso que a Igreja intercede por cada um de nós sem cessar: “Senhor, dai-nos amar o que ordenais, a fim de alcançarmos o que esperamos”.

A promessa de Deus para os que crêem é a Vida Eterna. A todo o momento Deus tem enviado profetas, pregadores, evangelizadores para nos lembrar a terrível ameaça que pesa sobre nós, caso deixemos de crer no Evangelho: “Alguém lhe perguntou: ‘Senhor, são poucos os homens que se salvam?’ Ele respondeu: ‘Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão. Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: ‘Senhor, Senhor, abre-nos, ele responderá: ‘Digo-vos que não sei donde sois; apartai-vos de mim todos vós malfeitores. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados fora” (Lc 13, 23-15.27b-28).

Deus é um pai ciumento. Não aceita perder nenhum de seus filhos. Para Deus, a perda de uma alma é um abismo insondável de dor. Por isso, continuamente, como um pai zeloso, adverte seus filhos, os exorta, os corrige e os chama à conversão: “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Porquanto não nos destinou Deus para a ira, mas para alcançar a Salvação por nosso Senhor Jesus Cristo. Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com ele” (I Ts 5, 4-5.9-10)..


Jesus é a porta

No dia do julgamento final, quando Jesus aparecer sobre as nuvens, Deus exercerá sua justiça contra todos os que praticaram o mal. Serão salvos todos os aceitaram serem lavados pelo Sangue de Jesus. “Nesse Filho, pelo seu Sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados” (Ef 1, 78). Todo centavo desviado dos cofres públicos, toda falsa acusação, toda palavra secreta, toda ganância, todos os falsos profetas, toda profanação das coisas santas, todo adultério, toda exploração dos mais fracos, toda mentira, toda corrupção, toda fraude, todos os que ouviram a Palavra de Deus e não se converteram, nada, enfim, escapará da justiça de Deus.

Naquele dia, toda fama será devolvida àqueles que foram difamados e caluniados por causa do testemunho do nome de Jesus. Para quem rejeitou o Messias, não se submeteu ao seu Senhorio, não acreditou no Filho único de Deus, desprezou a Palavra de Deus, ridicularizou os profetas, torceu o nariz para os ensinamentos da Igreja, negligenciou os mandamentos de Deus, será um dia terrível; para quem renunciou a si mesmo por amor ao Evangelho, será um dia indizivelmente glorioso: “Graças te damos, Senhor, Deus Dominador, eu és e que eras, porque assumiste a plenitude de teu poder real. Irritaram-se os pagãos, mas eis que sobreveio a tua ira e o tempo de julgar os mortos, de dar a recompensa aos teus servos, aos profetas, aos santos, aos que temem o teu nome, pequenos e grandes, e de exterminar os que corromperam a terra” (Ap 11, 17-18).

Segundo o Catecismo da Igreja Católica: “Cristo é o Senhor da Vida Eterna. O pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens pertence a Ele enquanto Redentor do mundo. Ele adquiriu este direito por sua Cruz. O Pai entregou todo julgamento ao Filho (Jo 5,22). Ora, o Filho não veio para julgar, mas para salvar e para dar a vida que está nele. É pela recusa da graça nesta vida que cada um já se julga a si mesmo, recebe de acordo com suas obras e pode até condenar-se para a eternidade ao recusar o Espírito de amor” (CIC 679).

Hoje é o dia da minha salvação. A Vida Eterna é o dom mais precioso que Jesus conquistou para mim. De que adianta ganhar o mundo inteiro se eu vier a perder a Vida Eterna? Uma coisa é necessária para entrarmos na Vida Eterna: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem não crê no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus” (Jo 3, 36). A fé em Jesus nos dá a Vida Eterna. Crer significa confiar, obedecer, entregar-se sem reservas a Jesus. Há um único pecado que Deus não perdoa: o pecado que não reconhecemos e não confessamos. Para Jesus, ninguém é um caso perdido: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5, 24).

Ore com fé: “Senhor Jesus, eu renuncio agora a Satanás e a todas as suas obras. Eu te aceito irrevogavelmente como meu único Salvador e Senhor. Arrependo-me de todos os meus pecados e tomo a decisão de confessá-los todos a um sacerdote. Derrama sobre mim o teu Espírito Santo a fim de que no dia em apareceres sobre as nuvens, eu possa me apresentar de pé diante de Ti. Concede-me, enfim, Senhor do Céu e da terra, amar o que ordenais a fim de alcançar o que prometeis. Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós. Amém!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário