sexta-feira, 18 de maio de 2012

Anunciado o Remédio da imortalidade

Celso Deretti

Em 2006, após uma missão na Tanzânia, na África Oriental, estive na África do Sul para uma missão de uma semana junto à comunidade portuguesa (Existem mais de 500 mil portugueses vivendo no país). Fui recebido pelo casal de portugueses Hilário e Conceição Freitas. Ganham a vida tocando uma pequena fábrica de móveis. Visitamos vários grupos de oração da Renovação Carismática Católica nas cidades de Joanesburgo, com mais de 8 milhões de habitantes, e Pretória, a capital.


Retornei para mais duas missões em 2007 e 2008. Palco da Copa do Mundo de 2010, a África do Sul merece nossa atenção para um assunto que os meios de comunicação simplesmente não mencionam: como evangelizar um dos mais complexos países dentre as 54 nações que formam o continente africano?

Ainda tentando sarar as feridas do Apatheid, regime de segregação racial que durou de 1948 a 1994, os sulafricanos estão otimistas frente ao futuro, mas cientes de que não são poucas as mazelas que precisam ser vencidas nas próximas décadas. De acordo com um estudo das Nações Unidas, a África do Sul ocupa o primeiro lugar no assassinato com arma de fogo, no homicídio involuntário, na violação e na agressão. Um quarto da população de quase 50 milhões de habitantes está desempregada e sobrevive com pouco mais de 1 dólar por dia. O flagelo da AIDS atinge 31% das mulheres grávidas e 20% da população adulta. Há um milhão e duzentos mil órfãos em todo o país.

Apenas 10% do solo sulafricano é apropriado para a agricultura, contra mais de 70% do solo brasileiro. A descoberta de diamantes em 1867 e ouro em 1884 fez da África do Sul um Eldorado para muitos caçadores de fortuna. Hoje, os minérios ocupam o primeiro lugar na pauta de exportações do país. Nas prateleiras dos supermercados, aqui no Brasil, podemos encontrar excelentes vinhos lá produzidos. O turismo também gera divisas. O Kruger Park é um dos mais visitados parques de animais selvagens do mundo.

Há 11 línguas oficiais na África do Sul (Afrikaans, inglês, Ndebele, Northern Sotho, Sotho, Swazi, Tswana, Tsonga, Venda, Xhosa e Zulu). O inglês predomina no comércio e na ciência. A propósito, os sulafricanos se destacam em várias áreas da ciência. O primeiro transplante de coração de humano para humano foi realizado pelo cirurgião cardíaco Christiaan Barnard no Hospital Groote Schuur, em dezembro de 1967.


Max Theiler desenvolveu a vacina contra a Febre Amarela (aquela que o Pe. Márcio foi obrigado a tomar em nossa missão na Tanzânia em 2009). Allan McLeod Cormack foi o pioneiro no uso da tomografia computadorizada e Aaron Klug desenvolveu técnicas de microscopia cristalográfica. Todos prêmios Nobel. Em 2002, Sydney Brenner foi agraciado com o Nobel por seu trabalho pioneiro em biologia molecular.

Embora 79,7% da população é cristã, apenas 7,1% são católicos. Temos aí a forte influência da Inglaterra anglicana. Em 1806 a África do Sul tornou-se uma colônia do império britânico. Os muçulmanos são 1,5%, os hindus 1,3% e os judeus 0,2%. Um dado relevante: 15,1%  se declaram sem religião. Onde estão os missionários dispostos a anunciar Jesus a estes indiferentes? A população negra é de 79,3 %; brancos são 9,1%, miscigenados 9% e asiáticos 2,6%. Em geral, um trabalhador branco ganha 4 vezes mais do que um negro. Esta discrepância tende a diminuir nas próximas décadas com o acesso da população negra às universidades.

Jesus é o médico e o remédio para todos os problemas que assolam o continente africano. Não nos esqueçamos que Jesus morou na África por um longo período de sua vida (Egito). Deus ama a África e tem um maravilhoso plano de amor e salvação para os mais de 1 bilhão de habitantes que lá vivem.


Jesus quer, hoje, usar nossos pés e nossa voz para que o Espírito Santo faça novas todas as coisas em toda a África: "Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam sem terem regado a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, dando semente ao semeador e pão ao que come, tal ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não volta sem ter cumprido o que eu quis realizado o objetivo de sua missão" (Is 55, 10-11).

Um verdadeiro missionário jamais se intimida diante dos desafios que é obrigado a enfrentar no campo de missão. O Brasil é conhecido como o maior exportador de jogadores de futebol do mundo. Chegou a hora de sermos conhecidos como país que mais exporta missionários para o mundo. Nós, aqui de Santa Catarina, já estamos dando os primeiros passos em solo africano. Queremos avançar cada vez mais, lançar nossas redes em águas mais profundas.


Deixemos de lado nossos álibis e empenhemos todas as nossas forças na maravilhosa aventura de anunciar Jesus a todos os povos. A África do Sul e todos os 54 países da África não podem ser esquecidos. Camões imortalizou o feito de Bartolomeu Dias (a conquista do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul) em seu poema épico Os Lusíadas. Chegou hora a levarmos a Esperança que nos salva, o remédio da imortalidade, conforme anunciou o Papa Bento XVI, a todos os africanos: Jesus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário